Blog para a divulgação de nossas produções literárias e culturais. Editamos livros infantis, infanto-juvenis, romances, crônicas e poesias. Somos a produtora responsável pelo Prêmio Vinícius de Moraes" - Concurso Nacional de Poesias, criado em 2013 e organizadora de Antologias Poéticas.
Nicolly Bueno
domingo, 21 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Alma Poética, de Nicolly Bueno
Foi numa manhã de inverno, silencioso e angustiante
Que entre ânsia e desesperança, perguntei a Drummond:
- Que pode uma alma senão entre almas viver e amar?
“Amar a nossa falta mesma de amor?”...
Que entre ânsia e desesperança, perguntei a Drummond:
- Que pode uma alma senão entre almas viver e amar?
“Amar a nossa falta mesma de amor?”...
Não tive resposta porque a dor da saudade era tanta
Que meu corpo doente resignou-se com o que disse Camões...
“Amor é fogo que arde sem se ver (...)
É dor que desatina sem doer” (...)
Que meu corpo doente resignou-se com o que disse Camões...
“Amor é fogo que arde sem se ver (...)
É dor que desatina sem doer” (...)
Inquieta, minh´alma persistente queria sentir
O amor puro que só Deus pode entender...
Não há pecado quando duas almas se amam
E por esse amor nasce a razão de existir.
O amor puro que só Deus pode entender...
Não há pecado quando duas almas se amam
E por esse amor nasce a razão de existir.
Melancólica, mas amando, lembrei-me do poetinha Vinícius
Ao dizer que a solidão é o triste fim de quem ama
E por você, amor, meu delírio é sonho tão constante
Que te amarei dentro da eternidade e a todo instante.
Ao dizer que a solidão é o triste fim de quem ama
E por você, amor, meu delírio é sonho tão constante
Que te amarei dentro da eternidade e a todo instante.
Salve Florbela por me fazer amar perdidamente
Mesmo que a indiferença seja minha recompensa
Hei de ser forte o bastante para suavemente
Viver a vida com a alma de poeta que tudo sente.
Mesmo que a indiferença seja minha recompensa
Hei de ser forte o bastante para suavemente
Viver a vida com a alma de poeta que tudo sente.
Nicolly Bueno (Poesia premiada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2016)
quarta-feira, 10 de maio de 2017
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Eu sei mas não devia - Marina Colasanti
Eu sei, mas não devia
Eu sei
que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente
se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as
janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para
fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as
cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a
luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a
amplidão.
A gente
se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo
porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da
viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está
cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se
acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita
os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não
acreditar nas negociações de paz.
E
aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da
longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A
ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por
tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que
paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar
mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em
que se cobra.
A gente
se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir
publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável
catarata dos produtos.
A gente
se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os
olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água
potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se
acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer
uma planta.
A gente
se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o
pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do
corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E
se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda
satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente
se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar
feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o
peito.
A gente
se acostuma para poupar a vida.
Que aos
poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(Do livro "Eu sei, mas
não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.)
sábado, 6 de maio de 2017
Coral da AVCC prepara homenagem para o Dia das Mães
O Coral da Associação Venceslauense de Combate ao Câncer (AVCC) de Presidente Venceslau preparou homenagens para o Dia das Mães, celebrado no próximo domingo, dia 14 de maio. Segundo a professora de música Ana Cristina Freitas, ass apresentações acontecerão no dia 12 (sexta-feira) na Praça Nicolino Rondó, às 18h30.
"Preparamos um repertório muito especial para as mães e convidamos toda a comunidade para prestigiar o nosso coral. Depois nosso coral se apresentará nas lojas que colaboram com a Associação", contou Ana Cristina.
Segundo ela, as apresentações do coral também serão realizadas durante o dia em agências bancárias, Prefeitura Municipal e Centro de Saúde.
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