PRÉFACIO
Professora Marilani Vanalli
“Gotas
que curam e secam feridas
Brotam
úmidas no peito e escorrem pelas faces
Em um
olhar
Vivificam
a alma, despertam-nos em lágrimas
E nos
ensinam a amar
Tão
somente a amar!”
(BUENO,
Nicolly. Orvalho, 2010)
Prefaciar um livro de poesias da escritora
venceslauense Nicolly Bueno, para mim é motivo de orgulho. Faz-me lembrar-me
daquela aluna acanhada, porém avidamente leitora. O futuro que agora se faz
presente, não poderia ser outro: a leitora converte-se em escritora.
Ao ler as poesias escritas
por Bueno, vejo uma vida deitada no
papel. Uma busca ensandecida de um eu
lírico que não se satisfaz com o
mínimo: deseja o máximo.
Um terreno poético
invadido pelas verossimilhanças que se estabelecem nas fronteiras entre vida
real e instância ficcional. São limites ínfimos, porém sublimes. Um quase toca
o outro, num alcance extremo da criação. Uma poetisa e sua dor.
Verter palavras semântica
e estilisticamente; qualidade artística e linguagem trabalhada em alcance
polissêmico, projeta a estrada da multissignificação que o encantamento do
texto literário de Bueno possui. Ela dialoga com o leitor e o transforma de
leitor passivo em interlocutor ativo. Um co-produtor, de um texto a se
produzir.
O véu ficcional que
envolve as palavras pode ser descortinado pela leitura verticalizada e
intertextual, num mergulho inigualável da ficção.
Derramar no papel
discursos poetizantes como em “Beijos tácitos que minha boca calam! [...] Cacos
desperdiçados que se juntam/Pelo chão.../Dão sentido maior” é navegar em águas
profundas da sentimentalidade; do conhecimento surreal do ato de criar;
escapar, mesmo que de forma fugaz, da rotina massacrante da realidade; é pescar
ilusões.
O caminho é este...
desvendar os mistérios que permeiam o meandros da literariedade, não é tarefa
fácil.
Orgulho-me de você; do
mergulho introspectivo e literário que realiza dentro do espaço da criação.
Revela-se uma grande escritora aprendendo com/na vida, a sabedoria que cada um
tem seu próprio tempo; um tempo diferente, mas comum a todos nós...
Marilani S. Vanalli
Presidente
Venceslau, Novembro de 2010.
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